Os 23 043 fogos deste ano destruíram 77 131 hectares de floresta e mato, enquanto no ano passado os 9 945 fogos queimaram11 806 hectares.
Quase 70 por cento dos incêndios tiveram origem humana, 30 por cento estão relacionados com causas indeterminadas e um por cento começaram por causas naturais, detalhou o general Mourato Cabrita. Cerca de 40 por cento dos fogos começaram durante a noite, tendo o maior número destas ocorrências ocorrido a 30 de Agosto (184 fogos).
O principal factor humano identificado com os fogos é a negligência (41 por cento), seguida dos incêndios intencionais (28 por cento), referiu ainda o segundo comandante-geral da GNR.
O número de crimes "mais do que duplicou" e as contra-ordenações atingiram um número significativo. Mourato Cabrita considera que "as câmaras deviam exercer mais a sua capacidade coerciva sobre os cidadãos e exercer uma acção repressiva em caso de não cumprimento da lei". Uma das situações em causa é a limpeza das matas.
O facto de em Agosto ter ardido o dobro da área de Setembro poderá estar relacionado com as altas temperaturas e baixa humidade. Uma explicação afastada pelo responsável da Protecção Civil, segundo quem os dias de mais calor não coincidem com um grande aumento de ocorrências.
"A severidade meteorológica pouco tem a ver com o número de ocorrências. As condições meteorológicas e a orografia têm a ver com a forma como se propaga o incêndio, os comportamentos humanos têm a ver com o início dos incêndios", afirmou Gil Martins. O comandante operacional da ANPC sublinha que os 77 mil hectares de área ardida até 30 de Setembro ainda estão abaixo da meta anual (100 mil hectares) definida no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.